O Turismo em Cuba, antes, com, e depois de Fidel

O impacto da vida revolucionária, as controvérsias entre passado e presente, o início dos funerais, que se estenderão até Santiago de Cuba

O futuro de Cuba é uma interrogação maior ainda desde que houve o anúncio oficial da morte de Fidel Alejandro Castro, 90 anos, por todo o histórico da sua legendária figura de líder revolucionário, sua longa trajetória ditatorial, o mito que representou e a lenda que incorporou, com toda a repercussão local e internacional que o fato está merecendo.

Começaram oficialmente na manhã desta segunda (28), os ritos fúnebres da longa cerimônia com a qual o governo de Cuba e boa parte de sua população vão dizer o adeus a Fidel. Longa e extensa, revivendo no sentido inverso uma longa trajetória feita há mais de 50 anos atrás, desde Sierra Maestra, na região de Santiago de Cuba, a parte mais caribenha da ilha e segunda cidade do Pais, e onde começou a vitória final da revolução cubana, em janeiro de 1959. Na realidade, as cinzas de Fidel e o cortejo funebre vão atravessar a ilha quase de ponta a ponta.

Será em Santiago, na manhã do próximo domingo, depois do percurso de mais de 13.000 km. e passagens por 11 das 13 provincias cubanas, o sepultamento de Fidel ao lado do outro herói nacional, José Maria Marti. No sábado (3), na praça Antonio Buceo (mesmo nome do aeroporto local), será o ato de despedida, ultima cerimônia antes do sepultamento no cemitério de Santa Efigênia.

Terminará então o luto oficial de 9 dias declarado pelo governo e no qual uma série de restrições chamam a atenção, como a proibição do consumo de bebida alcoólica em qualquer situação – fato que o turistas em visita à ilha e que aumentaram desde sábado – contestam.

Os funerais de Fidel ganham alguns itens especiais, como a salva diária de 21 tiros que se multiplicarão a um total de 100. Já com relação à presença de governantes, os atos contarão com dignatários de diferentes representações. Já é oficial que Putin não vai. O governo russo será representado pelo presidente do parlamento, Viacheslav Volodin. Há uma dúvida sobre como será a representação norteamericana, agora que Cuba e os Estados Unidos tiveram o compromisso formal de reativar relações, as mesmas que Fidel nunca permitiu.

Como principal parceira econômica na área de lazer e entretenimento – especialmente no capital da hotelaria – a Espanha enviará o seu rei emérito, Juan Carlos, juntamente com o secretário de estado para a América Latina, Jesús Garcia.

Quem também estará em Havana é o primeiro ministro gego, Alexis Tsipras. Vários mandatários ibero-americanos lá estarão, isto é certo. Os presidentes do México e do Equador já confirmaram.

O setor do Turismo está sendo intensamente movimentado desde que ocorreu o anuncio da morte de Fidel. Passou a ter a maior dificuldade obter vaga em voos e hotéis de Havana. Na Plaza de La Revolucion, onde os atos na capital tiveram inicio nesta manha, o movimento triplicou em relação aos ultimos dois dias.

Embora oficialmente o turismo continue como uma ‘categoria proibida’ nas relações oficiais com os Estados Unidos, o fluxo de americanos aumentou consideravelmente. E o turismo internacional, como segunda fonte de divisas em Cuba, logo depois da venda de serviços profissionais para o exterior, transforma-se desde já em uma esperança nos motores de uma possível arrancada da economia para a ilha.

O turismo de estrangeiros em Cuba aumentou neste ano em 15%, nos dez meses computados significou o ingresso de US$ 1,2 bilhão, boa parte já egresso de um maior numero de cubanos-americanos, e o inicio de voos regulares de cidades dos EUA para a ilha.

A morte de Fidel (25/11/16, 10h29), certamente trará muitas influencias, e será uma inspiração a mais no turismo cubano.Ele está incorporado ao destino Cuba. O momento é de muitas incertezas e mais perguntas, poucas respostas. Certamente, será fascinante experimentar Cuba, seja de qual forma for – lazer ou negócios – neste período de mudança potencial.

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