Turismo rural e frio são atrativos para Santa Catarina no inverno
Foto/Diário Catarinense |
Bom Jardim da Serra, Lages, São Joaquim, Urubici e Urupema
são os municípios mais procurados. E três são os principais trunfos: frio,
atrativos e infraestrutura. As disputas pelo título de cidade mais fria entre
São Joaquim e Urupema e pela "propriedade" do Morro da Igreja entre
Bom Jardim da Serra e Urubici agregam valor ao turismo, mas precisam ficar no
campo das ideias, propostas e argumentos e jamais partir para o bairrismo,
boicotes e sabotagens. Afinal, a marca Serra catarinense é forte e está
consolidada.
A região de campos de altitude, florestas e grandes cânions, abriga também as fazendas típicas, algumas abertas ao turismo, no chamado Turismo Rural. Lages é a maior cidade do Planalto Serrano e, há mais de dois séculos, foi entreposto comercial no Caminho dos Tropeiros, onde era feito o transporte de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. A cultura campeira predomina na Serra catarinense, com as fazendas de criação, os cavalos, o homem do campo. Algumas das fazendas que abrem portas para os visitantes são centenárias. O frio, as histórias dos tropeiros contadas ao pé do fogo de chão, o pinhão assado estalando na brasa, o chimarrão e o Camargo (café misturado com leite tirado na hora e bebido ao pé da vaca) fazem a atmosfera especial, repleta de calor humano, que o homem urbano aprende a compreender, compartilhando da hospitalidade tradicional.
Participar da lida do campo, nem que seja só como observador; assistir a um espetáculo de dança Chula, típica da região; passar bons momentos de conversa fiada e muitos “causos” ao pé do fogo no chão; ouvir as lendas sobre o ouro escondido por padres jesuítas e pelas tropas que passavam pela região no século 18; passear em São Joaquim, a terra das maçãs; aproveitar do conforto de hotéis que oferecem saunas e piscinas cobertas aquecidas, tudo pode ser motivo de uma viagem ao Estado vizinho.
É entre julho e agosto, os meses mais frios, que os hotéis fazenda e as pousadas ficam lotados de hóspedes, principalmente nos finais de semana. O Turismo Rural é boa alternativa de renda aos proprietários da região, por acontecer principalmente no período do ano em que a atividade agropecuária fica mais prejudicada. Durante o inverno, a safra de verão de batata, maçã, grãos e hortaliças é apenas um projeto. Ao mesmo tempo, a freqüente geada queima pastagens, reduzindo a produção de carne e leite para os pecuaristas. Por outro lado, o Turismo Rural dá ao visitante a oportunidade de mergulhar por uns dias em um estilo de vida completamente diferente, o oposto do seu dia-a-dia. São perto de vinte fazendas no Planalto, de porteiras abertas ao turista.
Junto do Turismo Rural já existe também o Turismo Ecológico, com oferta de programas de descida de rapel nas cascatas das propriedades, trilhas para caminhadas e até o lado mais comercial, com centros de convenções para encontros empresarias, que sempre são muito procurados. E é bom não esquecer a gastronomia regional, dos pratos preparados com produtos das fazendas e receitas antigas trazidas pelos colonos europeus. O melhor programa quando o frio é a companhia.
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