Turismo Marítimo diversifica produto para fidelizar público
Temporada trará
cruzeiros para os mais variados perfis de consumidor e o agente precisará estar
atento às preferências de seu cliente
Com a sala repleta de
profissionais de várias agências sequiosas por informações, a sala temática Cruzeiros
Marítimos, a Bola da Vez do Turismo reuniu um
time de lideres empresariais do segmento otimistas com o desempenho do setor,
que tem apresentado crescimento de 38% nos último três anos – bem acima da
média mundial, que é de 7,4%. Até 2012, a expectativa da Associação Brasileira
de Cruzeiros Marítimos – Abremar, mediadora da sala, é de um aumento de 18% da
capacidade dos navios, passando para 53.971 leitos com a entrada de 26 novos
navios.
Mediando o debate,
Andre Pousada, Vice-Presidente Executivo da Abremar destacou a crescente
modernização do produto, com a criação de novas opções de lazer que atendam a
todos os segmentos. Pistas de patinação no gelo, boliche, ringue de boxe, spas,
piscinas com ondas artificiais, toboáguas, nada é demais para a
satisfação o cliente. Não é a toa que o segmento conta com mais de 14
milhões de hospedes por ano.
Para Alex Calabria,
da Royal Caribbean Brazil, o passageiro tende a evoluir como cruzeirista:
alguns querem o mini-cruzeiro, ou tranquilidade, mas há ainda os que preferem
mais agitação. “Compete ao agente investigar, descobrir a preferência, o perfil
do hospede, familiarizá-lo com os diversos itens como as diferenças e vantagens
entre as cabines, lembrando-se que nem sempre o que parece caro para o agente
será para o hospede. E que hoje as opções de cruzeiros
são feitas para todas as classes”, afirmou, lembrando que o setor paga
comissões atrativas, de forma rápida.
Um produto para cada
cliente
Telma Brito, da
Navigare, com muito bom humor, alertou que o turismo náutico não é comércio,
mas uma área de serviço que satisfaz desejos e necessidades. Para ela, o agente
de viagem é peça fundamental para o convencimento do cliente, precisando ser
bem preparado para atrair os diversos segmentos como terceira idade, classe C e
outros grupos específicos. “O agente tem que conquistar a confiança do cliente,
se inteirar das suas necessidades reais e secundarias para satisfazer o desejo
do cliente, fazendo com que ele sempre volte para a realização dos novos
sonhos”, disse, acrescentando em seguida: “temos que superar a expectativa do
nosso cliente. E para fidelizá-lo é necessário qu e tenhamos serviços e idéias
que proporcionem prazer, tranqüilidade e encanto.”
Ilya Hirsch, da
Qualiturs, destacou a diferença de clientes. “Há clientes que tem uma alta
expectativa para a sua viagem. E o navio deve antecipar o seu desejo, a
tripulação tem que estar preparada para atendê-lo. Não podem ser tiradores de
pedidos. O garçom não pode ter pressa. Os navios de luxo hoje oferecem valor
agregado, com grandes cozinhas ou opções culturais”.
“Agito, luxo ou
simplesmente navegar sobre as ondas: devemos abrir o leque para que o cliente
faça a sua escolha”, é o conselho de Edi Guerreiro, da MSC. Para
ele, a America do Sul é uma base importante para os cruzeiros pelas sua
peculiaridades gastronômicas e musicais. Ressaltou a importância
de programas como clube de fidelidade, que proporcionam descontos
diversos segmentos, inclusive em cruzeiros, como incentivo para o setor.
Para Estela Farina,
diretora da Firstar Representações, o “brasileiro adora novidades,
sofisticação.”. Leda Salongue, da Costa/Ibero, registrou que o índice de
satisfação do cliente cruzeiro marítimo é de 98%.
Infraestrutura
Os palestrantes
destacaram ainda que alguns portos brasileiros precisam adequar-se para atender
a essa modalidade turística. Na maioria, falta acessibilidade, atracadouros,
segurança. Mas há também um pensamento consensual de que os governos
estaduais têm demonstrado interesse em receber os turistas dos
cruzeiros com conforto e segurança.
Pousada lembrou que a
programação de mega eventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas
contarão com os navios como meios adicionais de hospedagem, suprindo a carência
hoteleira em algumas cidades e contribuindo para a acessibilidade e melhoria
dos portos em todo País.
Ele destacou que o
turismo náutico também está atento à preservação do meio ambiente,
adotando rigorosos programas de reciclagem, de economia de energia, investindo
em revestimentos ecológicos para os cascos das embarcações e em sistemas
avançados de purificação da água, dentre outras medidas.
Dados do setor
Em dez anos, a
quantidade de navios cresceu 350% para atender ao aumento de 2563% de
participantes, segundo dados da associação. Em 2010, espera-se 14,3
milhões de cruzeiristas pelos mares do mundo, sendo 10,7 milhões de americanos.
As águas brasileiras encantarão mais de 800 mil turistas nativos – num aumento
de 23% até o ano 2011 – que visitarão 20 portos, juntamente com mais de 130 mil
cruzeiristas estrangeiros.
Atualmente o turismo
marítimo conta com uma frota de mais de 200 navios construídos especificamente
para cruzeiros, sendo 118 novos navios nos últimos 10 anos.
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