NOSSAS TRILHAS E CAMINHOS NA ILHA DE SANTA CATARINA
O Trekking é a atividade mais universal de turismo de aventuras e não requer esquipamentos especiais, pode ser praticado numa variedade grande de ambientes. Santa Catarina apresenta cenários encantadores e a diversidade de paisagens propicia desde explorações em lugares quase intocados até caminhos sinalizados, próximo dos confortos urbanos. As caminhadas por trilhas em lugares de natureza preservada podem ser praticadas por todos, respeitando o limite físico de cada um pessoa. A presença de guias experientes evita o risco de se perder na mata,é fundamental.
A Ilha de Santa Catarina tem uma grande diversidade de caminhos e trilhas, os quais apresentam as mais diversas características. Praias, costões, lagoas, dunas, cachoeiras e morros cobertos pela Mata Atlântica compõe um cenário belíssimo para os amantes das caminhadas e outras aventuras em Florianópolis. Há diversos roteiros de curto a longo percurso; de caminhada simples em terrenos planos à caminhada radical com exposição à altura e uso de apoio; de orientação fácil, alguns requerem um preparo físico normal, já outros exigem um preparo físico apurado. Ao longo de seus percursos, existem ecossistemas e paisagens diversificadas, com morros, costões, planícies costeiras arenosas, dunas, restingas, manguezais, baías, enseadas, lagoas, córregos e mata típica da Floresta Atlântica, às vezes compondo áreas de preservação que abrigam inúmeras espécies vegetais e animais.
Muitos percursos cruzam ou estão localizados em diferentes áreas de preservação, como parques e reservas ecológicas; todos os caminhos e trilhas do sul da Ilha têm essa característica. Aproximadamente dois terços dos caminhos e trilhas envolvem trechos de caminhada semi-pesada, difícil e radical, geralmente com aclives acentuados que exigem esforço. O tipo de terreno mais característico é o de terra batida, inclusive argilosa, em que afloram seixos da base granítica que forma os morros.
Alguns caminhos e trilhas têm uso regular, servindo de acesso a praias, mantidos para passeios em áreas de preservação e com acesso a algumas comunidades isoladas, como as da Costa da Lagoa, dos Naufragados e do Santinho.Parte dos caminhos e trilhas sofre um processo de desaparecimento e esquecimento. Naqueles em que o uso se tornou pouco freqüente, mesmo que tenha sido importante na história do passado da Ilha, é comum a criação de cercas, muros e construções em propriedades que impedem a passagem e camuflam os pontos de acesso, aos poucos tomados pela regeneração da vegetação ou perdidos pelo desmatamento.
Com o turismo ecológico, os caminhos se mantêm, porém passam a ser objeto de um outro espaço, com outras funções, que os organizam e que os incluem, principalmente dentro da produção da atividade turística. A busca de uma proximidade maior com a natureza não transformada pelo homem para o alívio das conseqüências negativas do viver de hoje, principalmente nas cidades, tem promovido um interesse crescente pelas caminhadas ecológicas.
O turismo descobriu na intermediação entre as pessoas e a busca da natureza, através de passeios por caminhos e trilhas em locais preservados, uma forma de aumentar seu espaço de atuação. Assim, através da organização e infra-estrutura que dispõe, acaba fomentando o aumento dos chamados passeios ecológicos, em que os caminhos e trilhas entram como um dos vários produtos dessa atividade. Existe, porém, no caso da Ilha de Santa Catarina, um significado número de pessoas que percorrem os caminhos e as trilhas como forma de lazer por conta própria.
Caminhar sobre caminhos e trilhas, sejam eles novos ou velhos, requer mais do que equipamentos e informações. Acima de tudo isto está no preparo e no espírito do caminhante – leve e decidido, pioneiro e aventureiro, intimamente ligado à natureza e ao belo, pois as manifestações estéticas, de som, de relacionamento e de cheiro, por exemplo, conduzem o caminhante a viver o paraíso.
Preceitos de Uso:
Calçados:
Podem ser usados desde botas de couro simples ou de hiking, encontradas nas lojas de artigos para camping, até um bom tênis velho, e que tenham solados de borracha para aderir às rochas e seixos que estão presentes em quase todos os caminhos e trilhas. Em locais menos marcados devem ser utilizadas botas de cano alto, com preferência pelas de borracha dura, a fim de evitar acidentes com animais peçonhentos. É importante observar que alguns caminhos e trilhas apresentam superfície de solo arenoso, outros de solo argiloso, outros ainda uma composição de ambos; muitos caminhos apresentam uma composição se solo argiloso com seixos expostos, e há aqueles que adentram áreas de rochas expostas, às vezes de difícil transposição.
Roupas:
A roupa apropriada varia de acordo com o trajeto do caminho ou trilha, suas características e condições atmosféricas. Calças de tecido resistente e confortáveis e camisetas são suficientes. Camisetas ou coletes com bolsos fechados são uma boa opção para quem prefere caminhar sem mochila. Durante o inverno e em dias frios, quando for necessário o uso de agasalhos, deve ser dada preferência aos de algodão ou lã, que permitem uma melhor transpiração; deve-se evitar agasalhos sintéticos ou muito pesados. Uma capa de plástico de pouco volume é boa opção para levar na mochila, principalmente para quem caminhar durante as tardes de verão, quando ocorrem aguaceiros fortes.
Mochila:
Há uma tendência de se utilizar em caminhadas, porém muitas vezes podem ser dispensadas, dependendo do percurso, do local, do tempo que se vai caminhar e da preferência do caminhante. Caso seja necessário carregar algum apetrecho, é aconselhável o uso de mochilas pequenas com bolsos externos que possam acondicionar objetos que devem estar à mão, como câmeras e filmes, por exemplo. Para quem caminha é importante estar com as mãos limpas para apoio em árvores e rochas e em caso de escorregões e quedas.
Alimentos:
Uma garrafa de água, importante também dar preferência aos alimentos energéticos e de pouco peso e volume, como chocolates, compostos de grãos secos, frutas secas ou frescas que ajudam a hidratar, queijos secos, biscoitos etc. Carnes devem ser secas ou defumadas; salames são boas opções. Evite levar alimentos que necessitem de preparo ou estar resfriados, pois envolvem o carregamento de fogareiros ou acondicionamento térmico.
Objetos:
Dispensa-se o uso de facões (não permitidos em parques). É lembrado que o aventureiro vai caminhar não abrir picada. Repelente de insetos, levar um saco plástico é necessário para acondicionar o lixo, canivete, um guia e um pequeno estojo de primeiros socorros são aconselháveis. Uma bússola pode ter utilidade, porém não se deve esquecer de marcar a direção a partir de um ponto de referência. Lanternas, fósforos, isqueiros, pontas de cigarro e outros objetos que possam poluir ou causar danos para o meio devem ser evitados ou manuseados com atenção.
Algumas sugestões a conferir:
LAGOINHA DO LESTE E LAGOA DO PERI:
Dois parques municipais estão no percurso dos mais famosos trekkings de Floripa: o da Lagoinha do Leste e o da Lagoa do Peri, ambos no Sul da Ilha. O primeiro pode ser alcançado através de costões da vizinha praia do Matadeiro, ou a partir do Pântano do Sul, após cerca de 1h30min de trilha. A Lagoinha do Leste é uma praia cercada de morros, selvagem e tranqüila, como uma bela lagoa no seu canto esquerdo, dunas e restingas. O Parque da Lagoa do Peri constitui-se numa das áreas mais preservadas da Ilha, um bom local para observação de aves. O caminho passa pelo Sertão do Peri, Sertão do Ribeirão, antigos engenhos de farinha, alambiques e cachoeiras. É possível observar paisagens incríveis de boa parte das praias do Leste e Sul de Florianópolis e algumas lhas oceânicas.
SOLIDÃO, SAQUINHO, NAUFRAGADOS:
Também no Sul da Ilha, o percurso entre as praias da Solidão e do Saquinho é uma ótima opção para iniciantes. Na Solidão, início da trilha, além do banho de mar vale subir o morro até uma pequena cachoeira. Caminhando cerca de 1h por trilha cimentada, chega-se à pequena comunidade do Saquinho, sem acesso por estrada, localizada numa pequena praia rodeada por morros que chegam perto do mar. A paisagem do caminho, que segue próximo ao costão, é de rara beleza. Par aos bem preparados fisicamente, ao invés de retornar pela mesma trilha, pode-se seguir mais ao sul, em direção à Caieira da Barra do Sul, passando pela Ponta do Pasto e Praia de Naufragados, num caminho que oferece vista deslumbrante. Leva-se um dia inteiro neste trajeto. A Praia de Naufragados, inserida dentro do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, também não possui acesso rodoviário e pode ser visitada por trilha que parte da Caieira, com aproximadamente 2,5 km. É possível completar o passeio voltando de barco.
COSTA DA LAGOA:
A trilha margeia a Lagoa da Conceição, com belas paisagens do espelho d´água e da Mata Atlântica, passa por uma peculiar vila que mantém os costumes dos colonizadores açorianos, e termina numa cachoeira. Ao final, do caminho, há diversos restaurantes que servem pratos típicos da culinária ilhoa, baseada em frutos do mar, todos com trapiches para embarcações. Pode-se parar, comer e pegar um barco para a volta, curtindo o visual da lagoa. Outro roteiro que envolve passeio embarcado é a Ilha do Campeche, distante 30 minutos de barco da praia da Armação, mar adentro. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Ilha possui trilhas que conduzem os visitantes até as inscrições rupestres pré-históricas feitas há 5.000 anos.
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